O médico Rubem Moreira, que trabalha no Hospital Cristo Redentor de Itapetinga e é médico de urgência e emergência do SAMU 192, acusado de ter decapitado um bebê durante o parto, ocorrido no dia 6 deste mês, divulgou uma nota de esclarecimento em que afirma que o procedimento foi adotado para salvar a vida da mãe. Segundo ele, não houve condição de salvar a vida do bebê e que havia informado isso à família, avisando dos riscos que a mãe ainda correria e sobre o que teria que ser feito.
Sem entrar em detalhes sobre o tipo de procedimento adotado, o médico diz na nota que, apesar de extremo, o procedimento é previsto na literatura médica e indicado quando é absolutamente necessário para salvar a vida da mãe. Lamentando o choque e a dor da família do bebê morto, Rubem Moreira reitera que “o que foi feito era um recurso indispensável e que nos permitiu salvar a gestante”.

Na página do Facebook do médico várias pessoas defendem o seu comportamento e competência profissional. O caso chocou Itapetinga e repercutiu nacionalmente. Ele foi afastado pela Fundação José Silveira, que mantém o Hospital Cristo Redentor, para melhor apuração do caso. Na nota divulgada, Rubem diz que ficou calado desde o episódio, ocorrido no início do mês, por discrição médica, própria da atuação de um profissional de saúde.
Leia a nota que o médico divulgou no seu perfil do Facebook:
“Por respeito a dor que atinge a todos envolvidos, em especial à família da paciente, venho a publico prestar este esclarecimentos. Ate agora, vinha tratando o caso com a discrição que deve existir sobre toda atuação do profissional de saúde.
Sou pai de 3 filhos, nascido em Itapetinga e tenho quase 40 anos de profissão. Realizo partos durante todo este tempo e tenho amor à medicina.
Há alguns dias fui chamado ao hospital para atender uma gestante que tinha entrado em trabalho de parto dias entes previsto (sic). Mesmo tendo realizado junto com toda a equipe médica os procedimentos e esforços necessários, não pude evitar que a criança viesse a óbito. A partir daí, procurei a família para informá-los e alertá-los dos riscos que a gestante corria, bem como todas as medidas que poderiam ser requeridas.
Tenho consciência que para aqueles que desconhecem as razões e circunstância que indicaram um procedimento tão extremo sobressai o choque e a dor da família enlutada. Apesar de extremo, este procedimento é existente, é previsto na literatura médica e indicado quando é absolutamente necessário para salvar vidas da gestante.
Deus é testemunha que fizemos o possível para salvar a criança e que na impossibilidade disto, tentamos ao máximo reduzir os impactos desta perda para sua família. O que foi feito era um recurso indispensável e que nos permitiu salvar a gestante.
Por mais que nos esforcemos, nem sempre é permitido a nós profissionais de saúde evitar a dor e o sofrimento daqueles a quem nos prestamos a atender.
Deixo aqui meus sentimento à família (sic)”.