
O BLOG DE GIORLANDO LIMA procurou dois dos mais conhecidos líderes do PSB em Vitória da Conquista para falar da posição do partido. Pelo Whatsapp encontrei José Carlos Oliveira, que foi o candidato local do Partido Socialista Brasileiro a deputado estadual (em 2014), e pelo Messenger obtive a atenção de Gildelson Felício de Jesus, atual secretário municipal de Trabalho, Renda e Desenvolvimento Econômico. Eles são fundadores do PSB de Conquista e dois dos “meninos” que, em 1991, tiveram o “topete” de expulsar do partido José Pedral Sampaio, o maior líder política de Vitória da Conquista de então (1991) e um dos mais importantes de toda a história do município.
Fiz aos dois a mesma primeira pergunta, baseada em nota publicada pelo Blog do Rodrigo Ferraz na qual o presidente da Câmara de Vereadores, Gilzete Moreira, dizia não descartar uma aliança do PSB com o PCdoB, com apoio a Fabrício Falcão.Tanto Gildelson como José Carlos afirmaram que a definição partidária é pela candidatura própria e que há dois meses, em reuniões separadas, o PT e o PCdoB foram avisados dessa decisão. Inicialmente o nome escolhido foi o do vice-prefeito e presidente do diretório municipal, Joás Meira e também foi pensado o nome da ex-candidata a deputada federal (2014), Nadjara Régis.
Joás já falou que não deseja ser candidato a prefeito e a alguns mais próximos teria dito que quer se afastar da política. Nadjara Régis apareceu esta semana no gabinete do deputado estadual Herzem Gusmão, pré-candidato assumido do PMDB, que, em nota distribuída à imprensa disse que a advogada, que já foi do PT e uma das pessoas mais ouvidas pelo prefeito Guilherme Menezes, está de malas prontas para sair do PSB. Há alguns meses, a própria Nadjara havia dado um sinal, em seu perfil de Facebook, de que não se sentia mais tão confortável na agremiação liderada no estado pela senadora Lídice da Mata.
É consenso de que o vice-prefeito Joás Meira é o nome mais forte do PSB e teria viabilidade eleitoral em 2016. Sua desistência, no entanto, não abalou a decisão do partido, que elenca suas alternativas: José Carlos, o próprio Gilzete e Gildelson, que acrescenta, em suas respostas, o nome de Alexandre Pereira, que, finalmente, largou o PT, depois deter ensaiado uma saída para o PSDB em 2002.
Apesar de toda firmeza na defesa do lançamento de candidato próprio, José Carlos e Gildelson alcançam uma convergência com o que deu a entender a declaração de Gilzete Moreira ao Blog do Rodrigo Ferraz: o PSB, pode sim, apoiar Fabrício Falcão (PCdoB) ou o candidato do PT. José Carlos: “Gilzete não fala em apoio ao PCdoB, mas considera uma aliança possível. “Todos pensamos assim”. Gildelson: O que Gilzete afirmou está dentro da perspectiva de alianças que são possíveis, se queremos o apoio do PC do B e do PT é natural e possível também apoiá-los…. Normal do processo”. Gildelson vai além e define o prazo para um acerto com o PT: “Em relação ao PT, só poderemos avaliar quando tiver candidato… e se ficar para a convenção, certamente será tarde demais”.
Até lá, o PSB mantém o discurso, anuncia que pode se tornar independente, enquanto conclui seu trabalho na administração, onde mantém sete cargos, de acordo com Gildelson, incluindo o dele.
Leia as duas entrevistas abaixo. Detalhe: José Carlos e Gildelson não sabiam que estavam sendo entrevistados ao mesmo tempo. Mostram que estão afinados.


ENTREVISTA COM GILDELSON FELÍCIO
BLOG – Gilzete disse a um blog que há possibilidade de apoio a Fabrício. Outros nomes ainda comentam que o partido pode lançar candidato a prefeito (ou prefeita). A tendência do PSB é apoiar candidato do PT? Qual seria a condição para tal? Vai com PCdoB? Ou lança um nome?
O que Gilzete afirmou está dentro da perspectiva de alianças que são possíveis, se queremos o apoio do PC do B e do PT e é natural e possível também apoiá-los… Normal do processo. Mas nossa prioridade é uma candidatura própria. É uma vontade unânime do PSB local e quase irreversível para 2016.
Nosso consenso era Joás, mas que não está muito motivado pessoalmente, entretanto não estamos focados na definição de nome e sim de um debate de um projeto comprometido com avanços para a cidade e que supere uma campanha estritamente personalista… Há meses atrás, deixamos claro nossa vontade de candidatura para o PT e PC do B, mas estamos discutindo com outras forças da cidade, partidos, formadores de opinião, empresários, intelectuais e gente do povo.
Estamos querendo pactuar um novo compromisso com a cidade. Obviamente que esse projeto passa, num segundo momento pela definição de nomes e o PSB tem vários quadros que podem cumprir esse papel (Joás, Zé Carlos, Nadjara, Gilzete, Gildelson e agora, também Alexandre). É claro que só vamos definir um nome quando ouvirmos essas forças que falei e após debate interno.

Em relação ao PT, só poderemos avaliar quando tiver candidato e se ficar para a convenção, certamente será tarde demais. Estamos nos movimentando de forma seria e ética, enquanto alguns continuam fazendo negociatas para apoios, etc.
BLOG – O PSB tem prazo para deixar o governo, considerando que terá candidato próprio?
Essa é uma pergunta que todos fazem, como se fosse uma condicionante para ter candidato próprio… rs . Joás é vice-prefeito até 31 de dezembro de 2016 e tem uma relação respeitosa com Guilherme. Guilherme não é candidato, logo não existe uma discussão interna de quando deixar o governo. É preciso definir um pouco na frente o candidato e com que proposta e discurso conduziremos a campanha. MAS É PRECISO FICAR CLARO QUE OS CARGOS SÃO DE LIVRE NOMEAÇÃO DO PREFEITO, E DEPENDE DE UMA DECISÃO DELE (sic).
Nossa participação no Governo é pequena, somos sete, apenas eu estou secretário. Isso não será impedimento para uma candidatura própria.
ENTREVISTA JOSÉ CARLOS
BLOG – Gilzete disse a um blog que há possibilidade de apoio a Fabrício. Outros nomes ainda comentam que o partido pode lançar candidato a prefeito (ou prefeita). A tendência do PSB é apoiar candidato do PT? Qual seria a condição para tal? Vai com PCdoB? Ou lança um nome?
A definição interna aprovada em reunião e pela candidatura própria. Nos reunimos separadamente com o PT e PCdoB e comunicamos. O esforço é reunir um conjunto de forças que se situe ideologicamente no que podemos chamar de centro-esquerda e uma terceira via mais alargada do que a nacional PSB-REDE. O outro esforço e pela constituição de um projeto para a cidade com a marca da inovação criatividade e sustentabilidade
BLOG – Quando ocorreu essa reunião da definição da candidatura própria? E quando as demais?
A da definição há cerca de quatro meses e as duas há cerca de dois.
BLOG – E por que Gilzete fala em apoio a Fabrício?
Gilzete não fala em apoio ao PCdoB, mas considera uma aliança possível. Todos pensamos assim.
BLOG – É verdade que Gilzete estaria desconfortável no PSB?
Algumas pessoas falam isso. Discutimos com ele sobre o futuro dele e do PSB e houve convergência.
BLOG – Qual convergência?
Do projeto de candidatura própria. Naquele momento com o nome de maior preferência sendo o de Joás Meira, ampliando para outros como Nadjara, Gildelson e José Carlos. O nome de Gilzete também foi colocado por membros do partido para ser candidato a prefeito. A opção daquele momento era a de fortalecer um único nome, o do atual vice-prefeito Joás Meira. Tudo apenas como indicação sem votação interna.
BLOG – Mas, se o quadro não for favorável à candidatura própria, o PSB daria o nome do vice ao PCdoB?
Ninguém discute vice nesse momento.
BLOG – Gilzete fica no PSB?
O vereador Gilzete nunca disse que pretendia sair do PSB. Muito pelo contrário.
BLOG – Há dúvida se vocês realmente lançam candidato a prefeito.
Existe uma movimentação de forças, reuniões e conversas para além das tradicionais alianças que o PSB tem realizado em Conquista nos últimos anos.
BLOG – Tradicionais alianças leia-se PT?
Isso.