
No sábado (24) completaram-se dois meses que o diretor estadual do MST na Bahia, Márcio Matos, filho do ex-prefeito Jadiel Matos, foi assassinado. Márcio foi morto a tiros no começo da noite do dia 24 de janeiro, uma quarta-feira, dentro de casa, no assentamento Boa Sorte Una, no município de Iramaia. Quando Márcio foi morto, o filho, de seis anos, estava com ele. Márcio Matos tinha 33 anos e seu assassinato teve grande repercussão e provocou reação imediata nos movimentos que lutam pela reforma agrária e órgãos ligados ao campo, como o INCRA; entre amigos, na imprensa e na política, com manifestação direta do governador Rui Costa nas redes sociais e em eventos dos quais participou.
No dia seguinte ao crime, Rui Costa publicou no Facebook mensagem lamentando o atentado e garantindo “a imediata e rigorosa apuração do crime” por parte da Secretaria de Segurança Pública. Na manhã do dia 26, o governador estava no velório de Márcio Matos, realizado com a presença de centenas de pessoas, na secretaria regional do MST em Vitória da Conquista, quando afirmou que a polícia já sabia que tinha ocorrido um crime de mando: “Porque a gente sabe que foi um crime de mando, até porque não levaram nada, dois homens chegaram com capacetes e efetuaram os disparos”, disse Rui.
Mais tarde, em discurso na inauguração da nova emergência do Hospital Geral, o governador voltou a falar do assunto e mais uma vez disse que a morte de Márcio tinha sido encomendada. “Duas pessoas executaram. Quem mandou?”, questionou, para em seguida informar que determinou a criação de um grupo de investigação especial para apurar o crime, que voltou a ser lembrado nos últimos dias em decorrência da execução da vereadora Marielle Franco (PSOL), do Rio de Janeiro. Movimentos listam o assassinato de Márcio Matos como uma dentre as mais de 20 mortes de ativistas por defender causas populares e de trabalhadores como direitos humanos, reforma agrária e moradia e/ou participar de movimentos contra a violência que atinge populações periféricas, negros, mulheres e homossexuais, entre outros (veja alguns links abaixo).
As perguntas no caso de Márcio Matos, assim como no de Marielle Franco, são: o governo e os órgãos de segurança conseguirão descobrir quem matou? Por que o empenho prometido pelo governador Rui Costa na investigação da morte de Márcio ainda não apresentou resultado após dois meses? Qual a verdadeira circunstância da morte dele? Por que a demora, se o próprio governador adiantou em suas falas que se tratou de assassinato encomendado?
ALGUNS LINKS DE SITES QUE LEMBRARAM DO ASSASSINATO DE MÁRCIO MATOS (POR ENCONTRAR SEMELHANÇA COM A RAZÃO DA EXECUÇÃO DE MARIELLE).