
Neste sábado (9), em um ato ecumênico realizado na secretaria de Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Vitória da Conquista, familiares, amigos e militantes na luta pela terra lembraram a trajetória do dirigente Márcio Matos, assassinado em janeiro do ano passado, e cobraram a elucidação do crime e a punição dos culpados. O ato teve a participação do deputado estadual Mário Augusto de Almeida Neto, o Jacó (PT), que, no seu perfil do Facebook publicou fotos e a seguinte mensagem: “Um crime ainda impune e que necessita de respostas por parte das autoridades”.
No dia 24 de janeiro completou um ano que o diretor estadual do MST na Bahia, Márcio Matos, filho do ex-prefeito de Vitória da Conquista, Jadiel Matos, foi assassinado. Márcio foi morto a tiros no começo da noite do dia 24 de janeiro, uma quarta-feira, dentro de casa, no assentamento Boa Sorte Una, no município de Iramaia. Quando Márcio foi morto, o filho, de seis anos, estava com ele. Márcio Matos tinha 33 anos e seu assassinato teve grande repercussão e provocou reação imediata nos movimentos que lutam pela reforma agrária e órgãos ligados ao campo, como o INCRA, e entre amigos, na imprensa e na política, com manifestação direta do governador Rui Costa nas redes sociais e em eventos dos quais participou.
No dia seguinte ao crime, Rui Costa publicou no Facebook mensagem lamentando o atentado e garantindo “a imediata e rigorosa apuração do crime” por parte da Secretaria de Segurança Pública (SSP), e na manhã do dia 26, o governador estava no velório de Márcio Matos, realizado com a presença de centenas de pessoas, na secretaria regional do MST, em Vitória da Conquista, quando afirmou que a polícia já sabia que tinha ocorrido um crime de mando: “Porque a gente sabe que foi um crime de mando, até porque não levaram nada, dois homens chegaram com capacetes e efetuaram os disparos”, disse Rui.

Mais tarde, em discurso na inauguração da nova emergência do Hospital Geral, o governador voltou a falar do assunto e mais uma vez disse que a morte de Márcio tinha sido encomendada. “Duas pessoas executaram. Quem mandou?”, questionou, para em seguida informar que determinou a criação de um grupo de investigação especial para apurar o crime.
A elucidação do assassinato do jovem líder rural teve a palavra dada pelo governador, na presença da família, de amigos e documentada pelo mesmo em suas redes sociais. Entretanto, 412 dias depois que garantiu seu empenho e da polícia baiana para esclarecer o crime, a conclusão ainda não chegou. Está demorando muito para que esta promessa entre na lista daquelas que Rui cumpriu, como costuma ser divulgado nos materiais que o apresentam como o governador brasileiro que mais cumpre o que promete.
As perguntas que ficam, no caso de Márcio Matos, são: Por que o empenho prometido pelo governador Rui Costa na investigação do assassinato ainda não apresentou resultado, mais de um depois que ele garantiu uma rigorosa e rápida investigação? Por que a demora, se o próprio governador chegou a adiantar em suas falas que se tratou de assassinato encomendado?