
O funcionário, que pediu anonimato, temendo represália, segundo o Avoador, não tinha os equipamentos de proteção adequados e ouviu de uma coordenadora que não precisava se preocupar porque “há estudos que dizem que assintomáticos não transmitem a doença”.
O servidor disse ao site que recebeu uma ligação de um coordenador responsável pelos abrigos que acolhem pessoas em situação de rua e foi orientado a transportar os dois passageiros, que estavam no Abrigo Provisório 2, para o 3, que recebe pacientes diagnosticados com a Covid-19.
Os dois passageiros transportados foram testados naquele dia em ação das secretarias de Saúde e de Desenvolvimento Social com pessoas em situação de rua, em que cinco pessoas tiveram resultados positivos.
O motorista contou ainda que recebeu apenas duas máscaras há dois meses e, para a realização desse transporte em específico, não recebeu um EPI (Equipamento de Proteção Individual). Também informou que foi testado para a Covid-19, no dia 23 de junho e aguarda a liberação fazer outro exame, já que é necessário esperar sete dias entre um teste e outro.
O funcionário disse que tem medo de ser obrigado a fazer outros serviços desse tipo e pegar a doença. A reportagem mandou mensagem à Secom (Secretaria de Comunicação) da Prefeitura para obter uma explicação sobre a denúncia, mas até a publicação desta notícia não houve resposta.
Quase um mês após a abertura do comércio não essencial, o município registra um crescimento do número de casos confirmados da Covid-19 em 380%. Em 31 de maio, um dia antes da reabertura do comércio, o Boletim Epidemiológico municipal divulgou que em Vitória da Conquista havia 152 casos de covid-19. Na quarta-feira chegou a 577 novos registros, totalizando 729 pessoas infectadas em Conquista.
Reportagem: Raquel Rocha (Avoador)
FOTO ILUSTRATIVA, NÃO CORRESPONDE AO VEÍCULO MENCIONADO NA MATÉRIA